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Castração previne graves doenças em cães e gatos

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Foto: OlegDoroshin

A castração de cães e gatos é uma prática essencial que vai além de simplesmente controlar a reprodução desses animais. É uma medida crucial para garantir a saúde pública, controlar a superpopulação de animais abandonados e promover o bem-estar tanto dos animais quanto das comunidades onde vivem.

O método desempenha um papel significativo na prevenção de doenças e na promoção da saúde pública. “Hoje a castração eletiva, tanto de machos quando das fêmeas, é relevante principalmente quando pensamos em bem-estar animal, relacionado diretamente ao abandono, especificamente devido às crias indesejadas de fêmeas que possuem acesso à rua”, ressalta a médica veterinária Fabiana Carla Puntel.

Fabiana Carla Puntel, médica veterinária, especializada em cirurgia veterinária, ortopedia, neurocirurgia e neurologia veterinária

“Muitas vezes esses filhotes acabam sendo largados na rua, passando fome, sede, sendo atropelados e, até mesmo, sofrendo torturas. Hoje o controle da população de animais é uma questão de saúde pública”, frisa.

A médica veterinária explica que animais não castrados têm maior probabilidade de desenvolver doenças reprodutivas. “Conseguimos reduzir significativamente problemas de próstata nos cães e evitar, principalmente, tumores em testículos. Quando pensamos nos felinos, o procedimento ajuda a diminuir brigas, visto que esse é um importante meio de transmissão de uma das principais doenças diagnosticadas em gatos, a FELV, mais conhecida como Leucemia Viral Felina, que infelizmente não tem cura e é de difícil controle sintomático”, relata a profissional.

“Já para as fêmeas, a castração ajuda reduzir de forma significativa o desenvolvimento de tumor de mama quando realizada em pacientes jovens. Outro ponto de importante destaque é que evitamos o desenvolvimento dos tumores ovarianos e uterino além do que chamamos de piometra, importante infecção bacteriana que leva muitas pacientes a óbito”, salienta Fabiana.

Idade da castração

Segundo Puntel, quanto mais jovem o paciente for castrado, menor a chance de desenvolver tumores de mama, porém é necessário respeitar a suas particularidades. “Como há inúmeras raças, com tamanhos variados, precisamos considerar suas características, ou seja, um pinscher tem seu desenvolvimento muito antes do que um cachorro de porte grande ou gigante, como o Dog Alemão, por isso, em cães maiores recomenda-se a castração entre 12 e 18 meses. Quando castrados muito jovens, observamos maior incidência de problemas ortopédicos”, menciona.

Pacientes devidamente castradas não podem entrar no cio, pois a cirurgia tem justamente como objetivo, a remoção dos dois ovários e do corpo do útero, assinala Fabiana. “Caso a fêmea apresente algum sinal clínico como aumento da vulva, lambedura excessiva, receptividade ao macho, é necessário buscar auxílio de um médico veterinário de confiança para descartar a possibilidade da síndrome do ovário remanescente”, revela.

No entanto, antes de mais nada é necessária uma ampla avaliação do paciente. “Por ser tratar de uma cirurgia eletiva, antes de mais nada é necessário fazer a avaliação física do paciente, exames de sangue como hemograma completo, perfil renal e hepático e avaliação cardiológica. Se diagnosticado alguma alteração, é de suma importância que este paciente passe por tratamento prévio adequado”, cita a médica veterinária.

Controvérsias da injeção anti cio

De acordo com a profissional, a injeção anti cio é um método hormonal que controla o ciclo estral em fêmeas de diversas espécies animais. “Por meio da administração de hormônios sintéticos, geralmente progestágenos, é possível suprimir o ciclo reprodutivo, impedindo a ovulação e a manifestação dos sinais típicos do cio”, explica.

A injeção anti cio atua interferindo nos mecanismos hormonais responsáveis pelo ciclo reprodutivo. “Os progestágenos presentes na injeção suprimem a produção de hormônios gonadotrópicos, que estimulam a ovulação e a manifestação dos comportamentos característicos do cio. Como resultado, a fêmea permanece em um estado de anestro, ou seja, sem atividade reprodutiva, durante o período de duração do tratamento”, aponta.

“Hoje o método mais efetivo para controle populacional é a castração, que normalmente é realizada removendo o útero e os ovários. Observamos atualmente o uso de injeção anti cio de forma indiscriminada, mas o que as pessoas não sabem é que ela potencializa muito o desenvolvimento de alterações genéticas nos filhotes, bem como predispõe ao desenvolvimento de tumores malignos e piometra (infecção uterina)”, destaca a médica veterinária.

 

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Fonte: O Presente Pet

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