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Proteína animal ou vegetal?

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Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luciano Trevizan. Foto: Arquivo pessoal

No Seminário Técnico Kemin, realizado em 20 e 21 de fevereiro, em Chapecó, Santa Catarina, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luciano Trevizan, ministrou uma palestra esclarecedora sobre “As vantagens da inclusão de diferentes fontes proteicas em dietas de cães e gatos”. Uma das temáticas centrais abordadas na apresentação foram as diversas funções da proteína na dieta desses animais.

A proteína desempenha papéis cruciais na saúde e no desenvolvimento dos animais. De acordo com Trevizan, algumas das funções incluem a reposição tecidual em adultos, o suporte ao crescimento em filhotes, a promoção do crescimento de tecidos em animais de produção, a facilitação da produção de leite e a atuação positiva sobre o sistema imunológico. Além disso, as proteínas também desempenham um papel crucial na preservação da massa magra em pets idosos, agem como sinalizadores celulares, neurotransmissores e contêm peptídeos ativos, entre inúmeras outras funções.

Contrariando um mito comum, Trevizan enfatiza que as proteínas vegetais não são menos digestíveis do que as proteínas animais. “Pelo contrário, as proteínas animais podem ser ligeiramente menos digestivas. Este é um ponto importante a considerar ao formular dietas para animais de estimação”, reforça. Na palestra, Luciano aborda várias matérias-primas vegetais e animais comumente utilizadas na indústria de alimentos para pets. Ele destaca o valor nutricional de matérias primas como glúten de milho, DDGS, farelo de soja e leguminosas, ressaltando suas características e limitações em termos de teor de proteína e aminoácidos. O valor da proteína, conforme explica o professor, está diretamente relacionado ao aminoácido digestível retido no organismo, conhecido como valor biológico.

Ao discutir a formulação de dietas, o professor Trevizan fala sobre a complexidade de equilibrar nutrientes com a variedade de ingredientes disponíveis na indústria. “É importante atender aos requisitos de aminoácidos essenciais, pois o animal não necessita da proteína em si, mas justamente desses aminoácidos para a síntese proteica” informa. Para superar limitações na formulação, o palestrante menciona o uso de aminoácidos sintéticos, que podem avançar o balanço dietético, oferecendo alta biodisponibilidade.

No entanto, ele também alerta sobre a falta de informações mais precisas sobre a digestibilidade dos aminoácidos provenientes dos alimentos. “Há estudos sobre biodigestibilidade em andamento para fornecer informações mais precisas em relação à metabolização dos aminoácidos”, complementa.

Benefícios da proteína hidrolisada

Uma fonte de proteína que merece destaque é a proteína hidrolisada, que possui maior biodisponibilidade e verdadeira digestibilidade dos aminoácidos. Além disso, “é altamente palatável e pode adicionar viscosidade às dietas, facilitando o processo de alimentação”, elucida Trevizan.

É importante frisar, portanto, que a inclusão de diversas fontes proteicas nas dietas de cães e gatos é crucial para atender às suas necessidades nutricionais e promover uma vida saudável e equilibrada. O conhecimento sobre a digestibilidade e biodisponibilidade dos nutrientes torna-se fundamental para formular dietas eficazes e garantir o bem-estar dos animais de estimação.

 

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Fonte: O Presente Pet

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